As Compensações Ambientais e Lições Aprendidas nos Projetos de Intervenção Ambiental em Brumadinho para a exploração de Minério de Ferro
Compensação de espécies ameaçadas de extinção
Para as espécies protegidas e imunes ao corte: uma outra abordagem
O plantio compensatório de ipê-amarelo será realizado em área aberta e impactada onde o solo possui boa drenagem. Optou-se por uma distância de 3 x 3 m para esse plantio. O ideal é que o plantio não se restringisse apenas a esta espécie ou que o espaçamento entre os indivíduos plantados fosse maior. Entretanto, por questões logísticas, pela restrição da área disponível e para facilitar a implementação do projeto pelo empreendedor, escolheu-se uma área que favorece a recuperação local.
O local escolhido fica próximo a um fragmento bem conservado de vegetação, que será isolado e empregadas técnicas de nucleação, como o uso de galhadas e poleiros. A proximidade com fragmentos florestais bem conservados, a retirada dos fatores de impacto e o trânsito - além do pouso - de avifauna e quiropterofauna serão essenciais para que a área se recupere através do fluxo de sementes trazidas por esses animais. Os indivíduos plantados também serão georreferenciados e monitorados ao longo do PRADA.
Compensação Referente à Supressão de Mata Atlântica em Estágio Médio e à Compensação Florestal Minerária
Compensação do Bioma Mata Atlântica:
Compensação Florestal Minerária:
Para quem não sabe, trata-se da compensação obrigatória aos empreendimentos minerários que suprimem vegetação nativa. Esses empreendimentos são obrigados a realizar a regularização fundiária de terras localizadas no interior de Unidades de Conservação Estaduais, com área equivalente àquela que será suprimida. É importante lembrar que a Unidade de Conservação (UC) precisa estar na mesma bacia hidrográfica que o empreendimento. Para isso, o empreendedor adquire a terra irregular e doa ao Estado. Caso não seja possível encontrar propriedades disponíveis para essa compensação, o empreendimento pode criar uma reserva particular (RPPN), embora essa opção seja mais onerosa e burocrática.
No caso desses dois empreendimentos, ainda não elaboramos a proposta de regularização fundiária, pois as terras costumam ter preços elevados devido à alta demanda. Não faz sentido que o empreendedor assuma um gasto elevado com uma propriedade sem ter a certeza de que seu projeto de intervenção ambiental será aprovado. Por esse motivo, minha equipe e eu elaboramos as propostas após a aprovação da AIA, evitando custos desnecessários para o cliente antecipadamente. Ainda que vários técnicos de órgãos ambientais, vira e mexe, insistem em solicitar que isso já esteja definido durante a análise do processo.
Conclusão e Desafios
Lembro que o inventário florestal e o PIA não são apenas requisitos técnicos, mas ferramentas essenciais para a tomada de decisões ambientais. As propostas de compensação resultantes desses estudos destacam a importância de uma abordagem científica para mitigar impactos e recuperar ecossistemas degradados. Quer saber mais sobre como esses processos podem ser aplicados em outros contextos? Continue acompanhando as novas publicações.
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